George Orwell, logo no início do seu livro, “1984” anunciava os princípios
do “Doublethink”: "A Guerra é Paz", "A Liberdade é Escravidão",
"Ignorância é Força". Conceitos totalmente contraditórios que eram
tomados como sinónimos. Assisto, hoje, um pouco por todo o lado aos mesmos
princípios. No Brasil, os partidários de Bolsonaro, dizem ao seu povo que a
morte faz parte da vida, a morte é tão natural que deve ser assimilada como
normal. A morte é vida. Por cá, os amigos do Ventura proclamam o amor ao próximo. O amor deve
ser praticado, mas o próximo é apenas aquele que é mais igual que o outro. O próximo não é o cigano, o negro, o homossexual, o esquerdista, o refugiado, etc. O valor da vida é sagrado, no entanto, a pena de morte é justa
e por aí fora...
Vivemos num mundo em que o sinónimo é sinónimo de antónimo. A
distância é amor. O isolamento é a liberdade do futuro. A doença é
democrática. A falta de trabalho é responsabilidade. A vigilância é privacidade
ou a negligência do outro. A distopia é a utopia.
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