25/05/2019

pó de estrelas

Foto Jaime Bulhosa

Não sou um homem religioso, nem tenho muita fé. Até há alguns anos atrás era um ateu convicto. Depois comecei a ler sobre ciência, mais concretamente sobre biologia, astronomia, física, química, etc., e transformei-me num agnóstico. "Não tem” muita lógica ler sobre ciência e ficar mais espiritual, mas é um facto. Quando percebi que todos nós somos pó de estrelas, ou seja, todos elementos químicos mais pesados de que somos feitos nasceram da explosão de uma estrela. Melhor, somos todos luz. Somos todos descendentes de uma criatura minúscula chamada Prochlorococcus e que decompõe, através da energia solar, a água nos seus componentes de oxigénio e hidrogénio e usam a química produzida para captar dióxido de carbono da atmosfera e transformá-los em açúcares, proteínas e aminoácidos, isto é, todas as coisas necessárias à vida. Não posso deixar de ficar estupefacto, maravilhado com todas as formas, cores, cheiros, sons e texturas de que é composta a natureza. É bem verdade o que dizia Voltaire: «É-me difícil olhar para o relógio e não imaginar um relojoeiro.»  

17/05/2019

fake news


Estudo científico demonstra que ler livros cura o cancro!

Um grupo de cientistas chineses da Universidade de Xangai, liderados pelo doutor Xaumin, estudaram durante cinco anos cerca de 500 pacientes com diversos tipos de cancro. Após longos anos de recolha de dados, Dr. Xaumin pôde recentemente afirmar que 100% dos pacientes que se curaram leram livros continuamente. É claro que alguns cientistas americanos não perderam tempo a dizer que esta notícia não passava de “Fake News”. (Para quem não sabe inglês: Fake News é uma doença que se propaga muito rapidamente e dissemina a estupidez.) O professor Xaumin já veio em defesa da sua tese: diz ele que é verdade que todos os pacientes estavam a ser tratados também pela medicina tradicional. No entanto, os dados que este grupo de cientistas chineses recolheu são consistentes. Isto é, todos os pacientes, agora curados, tinham lido, logo, os americanos não podem dizer que uma coisa não está ligada à outra. A não ser que tenham dados que confirmem o contrário. E que era melhor estarem calados até terem factos concretos. Adiantou também que os doentes que preferiam ler poesia se curam uma vez e meia mais rápido do que os outros.

Não seria fantástico?

10/05/2019

o meu escritor preferido




Há muitos anos encontrei, em minha casa, dentro de um dicionário que pertencia ao meu pai, uma folha de papel. Era um pequeno trecho batido à máquina que transcrevo mais abaixo. Aquele fragmento de prosa era fantástico, tinha qualquer coisa que mexia com as entranhas. Fiquei cheio de curiosidade para ler mais, ainda pensei que fosse um texto do meu próprio pai. Depois não quis acreditar que pudesse ser dele. Por isso, tentei saber quem era o escritor, mas não consegui, porque não estava assinado, nem fazia referência a qualquer autor. 
Aquilo só podia ser um gesto do meu pai, como se quisesse deixar-me mensagens para o futuro dentro de "garrafas" à deriva no oceano. Era ele que tinha a mania de esconder recortes de jornal, dedicatórias e poemas dentro dos livros. Mas infelizmente o meu pai já tinha falecido e fiquei sem saber de quem eram aquelas palavras. No entanto, ficaram-me marcadas na memória para sempre. Depois esqueci o assunto. 
Passados anos, estava eu na livraria quando peguei num livro que ainda não tinha lido. Abri-o, li a primeira frase do início do livro. E... nem queria acreditar no que estava a ler. Era dele, era mesmo dele… o meu escritor preferido! 

«Sou um homem doente… Sou um homem mau. Um homem repulsivo, é isso que eu sou. Acho que tenho alguma coisa no fígado. De qualquer modo não entendo que raio de doença é a minha, não sei ao certo o que me faz sofrer. Não me trato, nunca me tratei, embora respeite a medicina e os doutores. Além do mais, é intolerável como sou supersticioso; enfim, o suficiente para respeitar a medicina. (Sou bastantemente instruído para não ser supersticioso, mas sou supersticioso.) Sim, é por maldade que eu não me trato. Aposto, meus senhores, que isso é uma coisa que não compreendeis. Mas eu, sim! Evidentemente, não serei capaz de explicar-vos a quem ando eu a tramar seguindo deste modo a minha maldade; sei perfeitamente que não ando a tramar os médicos quando recuso tratar-me; sou a pessoa mais bem colocada para saber que isso só a mim prejudica e a mais ninguém. Mesmo assim, se não me trato é por maldade. Dói-me o fígado. Tanto melhor, pois que me doa ainda mais!»

in Dostoiévski, Fiódor, Cadernos do Subterrâneo

sou do benfica


Aproximam-se a eleições europeias. Não sou muito de falar de política nas redes sociais - até porque posso sempre mudar de opinião e isto aqui fica tudo registado para sempre - embora seja um assunto que me interessa. Sou um homem de esquerda, pelos valores que me foram transmitidos, por aquilo que observo e leio. Sempre me alinhei mais com as propostas de partidos como PS, BE e CDU, menos com o PSD e raramente com o CDS. Mais à direita ou mais à esquerda dá-me febre. Em questões de política fico constantemente ambivalente entre se se deve dar mais prevalência aos interesses do colectivo ou às liberdades individuais. É como ter um cobertor pequeno: se puxo para cima destapo os pés, se empurro para baixo fico com frio. De maneira que nestas eleições vou adoptar a postura que tenho no futebol. Sou do Benfica, mas detesto que o Sporting ou Porto percam lá fora. Porém, neste jogo a contar para a Taça, mesmo contra o Benfica, sou bem capaz de me ver a torcer por um clube de terceira divisão. Sempre tive um fraquinho pelos mais fracos. 

09/05/2019

distopia

Foto Jaime Bulhosa

Na pré-história o homem lutava pela simples sobrevivência. Com o advento da agricultura passou a lutar pela posse da terra. Na revolução industrial quem controlava a força das máquinas conservava o poder. Hoje o poder está nas mãos de quem tem a informação. 
Será que estamos a criar uma distopia causada pela inteligência artificial, um clique de cada vez? Não do tipo Orwelliano, do livro «1984», mas outra muito mais subtil e invisível. Na verdade os mesmos algoritmos que as empresas como a Google, Facebook, Amazon, etc., usam para nos fazer clicar em anúncios são também usados para organizar o nosso acesso a informação política e sociais. E isso é assustador. Uma ideia estúpida, muitas vezes, torna-se viral, simplesmente, porque é estúpida. Porém, é exactamente por a partilhamos que ela se espalha. E há sempre alguém que acredita nela.
Porque é que ao vermos um vídeo, no Youtube, sobre Donald Trump ou Bolsonaro rapidamente nos aparecem sugestões de vídeos sobre a superioridade branca ou os perigos dos migrantes? Os poderosos usam a inteligência artificial para nos controlar? O que podemos fazer para nos defendermos? Tenho pensado cada vez mais nisto e não tenho respostas para todas as perguntas. No entanto, tenho uma sugestão: leiam os jornais, as revistas e os livros, eles continuam a ser as fontes de informação mais credíveis.

08/05/2019

ego



Estou com um dilema com o meu Ego. Ele é como o fogo. Não sei se o tenho que alimentar para não se apagar ou controlá-lo para não me destruir.

06/05/2019

carta de um índio


Se há coisa que me dá prazer é escarafunchar no meio de livros antigos. Num deles encontrei um texto lindo que já não me lembrava de ter lido. Depois pensei: talvez ainda haja muita gente que dele não tem conhecimento. Decidi, por isso, partilhar a carta que o chefe Índio Seatlle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou em 1855 ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo ter dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz mais de um século e meio, mas o desabafo tem ainda hoje uma incrível actualidade. Fica aqui para quem quiser ler.


«O grande chefe de Washington mandou dizer que desejava comprar a nossa terra, e assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil da sua parte, até porque sabemos que ele não precisa da nossa amizade.
Vamos, porém, pensar na sua oferta, pois se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz com a mesma certeza com que os nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano. A minha palavra é como as estrelas: não empalidecem.
Como podeis comprar ou vender o céu ou o calor da terra? Tal ideia é-nos estranha. Se não somos donos da pureza do ar ou da refulgência da água, como podeis então comprá-los? Cada quinhão desta terra é sagrado para o meu povo; cada folha radiosa de pinheiro, cada praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada clareira e insecto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do pele-vermelha.
 O homem branco esquece a sua terra natal, quando, depois de morrer, vagueia por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta terra formosa, pois ela é a mãe do pele-vermelha. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. Os cumes rochosos, os eflúvios da planície, o calor que emana do corpo de um mustang, e o homem, todos pertencem à mesma família.
Portanto, quando o grande chefe de Washington manda dizer que deseja comprar a nossa terra, ele exige muito de nós. O grande chefe manda dizer que irá reservar para nós um lugar onde possamos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, vamos considerar a vossa oferta de comprar a nossa terra. Mas não vai ser fácil, porque esta terra é para nós sagrada.
Esta água cristalina que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas também o sangue dos nossos ancestrais. Se vos vendermos a terra, tereis de vos lembrar que ela é sagrada e tereis de ensinar aos vossos filhos que é sagrada e que cada reflexo espectral na água límpida dos lagos conta os feitos e as recordações da vida do meu povo. O rumorejar da água é a voz do pai do meu pai. Os rios são nossos irmãos, eles apagam a nossa sede. Os rios transportam as nossas canoas e alimentam os nossos filhos. Se vos vendermos a nossa terra, tereis de vos lembrar e ensinar aos vossos filhos que os rios são irmãos nossos e vossos, e tereis de conceder aos rios o afecto que daríeis a um irmão.
Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um quinhão de terra é igual a outro, porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o que necessita. A terra não é vossa irmã, mas sim vossa inimiga, e depois de a conquistar, partis, indiferentes, deixando para trás os túmulos dos vossos antepassados. Arrebatais a terra das mãos dos vossos filhos e não vos importais. Esquecidas ficam as sepulturas dos vossos antepassados e o direito dos vossos filhos à herança. Vós tratais a vossa mãe (a terra) e o vosso irmão (o céu) como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas como ovelhas ou missangas resplandecentes. A vossa voracidade arruinará a terra, deixando para trás apenas um deserto.
Não sei. Os nossos costumes diferem dos vossos. A visão das vossas cidades causa tormento aos olhos do pele-vermelha. Mas talvez tal aconteça por ser o pele-vermelha um selvagem, que nada compreende.
Não há sequer um lugar calmo nas cidades do homem branco. Não há um lugar onde possa ouvir-se o desabrochar da folhagem na Primavera ou o vibrar das asas de um insecto. Mas talvez assim seja por eu ser um selvagem que nada compreende; o ruído é insuportável para os meus ouvidos. E que vida será a de um homem que não pode ouvir a voz solitária do mocho ou, à noite, a conversa dos sapos em volta de um pantanal? Sou um pele-vermelha e nada compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento a pairar sobre uma lagoa e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva do meio-dia, ou de um pinheiro.
O ar é precioso para o pele-vermelha, porque todas as criaturas o partilham: os animais, as árvores, o homem.
O homem branco parece não compreender o ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensível ao ar fétido. Mas se vos vendermos a nossa terra, tereis de vos lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar partilha o seu espírito com toda a vida que ele sustenta. O vento que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida, também recebe o seu último suspiro. E se vos vendermos a nossa terra, devereis mantê-la reservada, feita santuário, como um lugar em que o próprio homem branco possa ir saborear o vento, cingido pela fragrância das flores campestres.
Desse modo, vamos, pois, considerar a vossa oferta para comprar a nossa terra. Se decidirmos aceitar, colocarei uma condição: o homem branco deverá tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.
Sou um selvagem e desconheço que possa ser de outra forma. Tenho visto milhares de búfalos apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco, que os abate a tiros disparados do comboio em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do que o búfalo que nós, os índios, matamos apenas para nos alimentarmos.

O que é o homem sem os animais?  Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais, acontece ao homem. Tudo está relacionado entre si.
Deveis ensinar aos vossos filhos que o chão que pisamos são cinzas dos nossos antepassados. Para que tenham respeito pelo país, contai aos vossos filhos que a riqueza da terra é a vida da nossa família. Ensinai aos vossos filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é a nossa mãe. Tudo quanto fere a terra, fere os filhos da terra. Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios.
De uma coisa sabemos: a terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à terra. Disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a teia da vida: ele é meramente um fio dessa mesma teia. Tudo o que ele fizer à teia, a si próprio o fará.
Os nossos filhos viram os seus pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo ociosamente, envenenando o corpo com alimentos adocicados e bebidas embriagantes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias, eles não serão muitos. Mais algumas horas, menos uns Invernos, e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nesta terra ou que têm vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
Compreenderíamos, talvez, se conhecêssemos os sonhos do homem branco; se soubéssemos quais as esperanças que transmite aos seus filhos, nas longas noites de Inverno; quais as visões do futuro que oferece às suas mentes, para que possam formular desejos para o dia de amanhã. Somos, porém, selvagens. Os sonhos do homem branco são para nós um enigma, e por serem um enigma, temos de escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos, será para garantir as reservas que nos prometestes. Lá, talvez possamos viver os nossos últimos dias conforme os nossos desejos. Depois que o último pele-vermelha tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar sobre as pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe.
Se vos vendermos a nossa terra, amai-a como nós a amamos. Protegei-a como nós a protegemos. Nunca esqueçais de como era esta terra quando dela tomastes posse. E com toda a vossa força, o vosso poder e todo o vosso coração, conservai-a para os vossos filhos, e amai-a como Deus a todos ama. De uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus, e esta terra é por Ele amada. Nem mesmo o homem branco pode evitar este nosso destino comum.
Nem o homem branco, cujo Deus com ele passeia e conversa como amigo para amigo, pode evitar este destino comum. Poderíamos ser irmãos, apesar de tudo. Vamos ver. De uma coisa sabemos, e talvez o homem branco venha, um dia, a descobrir também: o nosso Deus é o mesmo Deus. Talvez julgueis, agora, que o podeis possuir do mesmo modo que desejais possuir a nossa terra. Mas não podeis. Ele é Deus da humanidade inteira, e a sua piedade é igual para com o pele-vermelha como para o homem branco. Esta terra é amada por ele, e causar dano à terra é desprezar o seu criador. Os brancos vão também acabar; talvez mais cedo do que todas as outras raças. Continuais a poluir a vossa cama e haveis de morrer uma noite, sufocados pelos vossos próprios desejos.
Porém, ao perecerem, vós outros caminhais para a vossa destruição rodeados de glória, inspirados pela força de Deus que vos trouxe a esta terra e que, por algum especial desígnio, vos deu o domínio sobre ela e sobre o pele-vermelha. Esse desígnio é para nós um mistério, pois não entendemos por que exterminam os búfalos, domam os cavalos selvagens, enchem os locais recônditos das florestas com a respiração de tantos homens, e mancham a paisagem exuberante das colinas com fios falantes. Onde está o matagal? Destruído. Onde está a água? A desaparecer. Restará dizer adeus às andorinhas e aos animais da floresta.

Este é o fim da vida e o começo da luta pela sobrevivência.

05/05/2019

dia da mãe




Sempre pensei que a felicidade fosse leve, tão leve e suave como um beijo de uma mãe. Sempre pensei que a felicidade fosse um direito adquirido, conquistado só porque sim. Em criança fui feliz numa família infeliz. Não tinha que fazer nada para que a felicidade viesse ter comigo. Era feliz porque era criança. Hoje percebo que a felicidade acarreta um peso enorme. A manutenção da felicidade dos outros é uma responsabilidade permanente, constante, por vezes cansativa ao ponto da exaustão, tanta que nos podemos esquecer de nós próprios. São poucos os que conseguem ser fortes o suficiente para nos ensinarem que afinal dá muito mais trabalho ser infeliz do que ser feliz.

04/05/2019

unplug


Já reparam como cada vez mais estamos viciados em ecrãs. E quando digo ecrãs não me refiro à televisão. Adam Alter, um autor americano de um livro chamado Irresistible, dividiu um dia de 24 horas e estudou a evolução - desde 2007 até 2017 - de como gastamos o nosso tempo. De uma maneira simples ele diz-nos que a maioria das pessoas dorme mais ou menos 8 horas, trabalha outras 8 e gastamos outras 4 em actividades que têm a ver com a nossa sobrevivência, isto é, ir às compras, preparar o jantar, tomar conta das crianças etc. Como as contas são fáceis de fazer sobram-nos 4 horas para as dedicarmos a nós próprios. Podemos gastá-las a ir ao teatro, cinema, sair com amigos, namorar, ler um livro, tocar um instrumento, etc. Pois bem, em 2007 as pessoas gastavam em média 1 hora para estar em frente de um computador, telemóvel ou ipad. Em 2017 as pessoas gastaram mais de 3 horas em frente de um ecrã, ou seja, menos de uma hora gastas em actividades unplug (desconectadas da Internet). Adam Alter também explica quanto isso pode ser prejudicial para a nossa saúde mental ou de como somos manipulados, etc., mas isso é outra história.
Aprendi isto a ler um livro, onde gastei várias horas, mas sempre unplug.