Hoje quase toda a gente tem direito a ter opinião. Inclusive eu, e acho óptimo. Basta escrever no facebook ou noutro sítio qualquer. É evidente que uns são mais lidos do que outros. Mas essa divisão faz-se sobretudo pela visibilidade, capacidade, talento, poder ou verborreia que cada um possui. O que me “abespinha” não é ler a opinião dos outros, é a forma como alguns o fazem. Por exemplo, se formos ler as opiniões das caixas de comentários, desde os assuntos mais prosaicos, como: o futebol, o Conan Osíris ou miss Portugal, até aos assuntos, realmente importantes, como a violência doméstica, deparamo-nos logo, em muitos casos, com a vacuidade de ideias e o preconceito. Depois surge a ofensa pessoal gratuita e imediatamente nomes como: idiota, imbecil, débil mental, erro da natureza, etc., e pior, saltam à vista. - «No jardim zoológico todos os animais se portam com dignidade, excepto os macacos. Sente-se que o homem não está longe.» - De seguida vêm a ignorância. É impressionante como a ignorância nos estimula a dar opinião. Há quem diga que não existe nada pior do que a ignorância activa, isto é, aquela que se pratica de livre e espontânea vontade. E por fim chegam os "Doutores", aqueles que sabem tudo sobre tudo, mesmo aquilo que os outros não querem saber. Um mestre Zen dizia, com toda a sabedoria, que não havia nada mais detestável do que a poesia dos poetas, a pintura dos pintores, a filosofia dos filósofos, a religião dos religiosos e a doutrina dos doutores. A lista poderia continuar.
Ao terminar este texto dei por mim a pensar onde poderia encaixar-me. Pensei, pensei e... cheguei a conclusão de que perdi uma boa ocasião para ter estado calado!
Ao terminar este texto dei por mim a pensar onde poderia encaixar-me. Pensei, pensei e... cheguei a conclusão de que perdi uma boa ocasião para ter estado calado!
Sem comentários:
Enviar um comentário