Neste “admirável” mundo novo
estou a sofrer de um mal estranho que me ataca de vez em quando, uma anestesia paralisante, uma espécie de hipnotismo. O estar
quase sem trabalho deixa-me apático, começo a encarar com a mesma indiferença morrer ou viver, ficar rico ou ficar pobre. Vagueio pela casa como se estivesse num planeta desconhecido. Nenhuma distinção
me seduz; fortuna ou infortúnio, vantagem ou desvantagem, alegria ou tristeza, é
tudo igual. E nestas condições não me ajudo a mim nem a ninguém. Depois acordo. E
não quero acreditar que o mundo mudou mesmo. No entanto, existe uma força qualquer nos outros que me movimenta. Obrigando-me a pensar que fui apenas eu que mudei e que basta voltar para mim, outra vez. Um ser humano que sente, luta, ama e que deseja dar a mão para que tudo fique bem.