Durante esta longa quarentena
resolvi voltar à religião católica imposta na minha infância. Rezei o terço de
joelhos, junto a cabeceira de minha cama, durante dias. Pedi a Nosso Senhor
Jesus Cristo, a Nossa Senhora e ao Espírito Santo para que mudasse o Mundo.
E o Mundo não mudou!
Como dizia o outro:”Há dois mil
anos que Jesus se vinga de nós por não ter morrido num sofá.”
Decidi então fazer jejum, em nome
de Alá, e rezei cinco vezes por dia virado para Meca.
E o Mundo não mudou!
Calcei um par de luvas e coloquei
uma máscara na cara. Bati à porta do vizinho como testemunha de Jeová. Fechou-me a porta na cara.
E o Mundo não mudou!
Fiz sexo sem falta à sexta-feira,
como é dever obrigatório no Judaísmo Hassídico. Aprendi a rezar em IÍdiche.
E o Mundo não mudou!
Meditei segundo as regras de bhavana,
buscando a iluminação em Buda.
E o Mundo não Mudou!
Procurei no bramanismo, de acordo com
a casta a que pertenço, a Alma Universal.
E o Mundo não Mudou!
Evoquei os poderes dos animais e
da natureza mágica xamanica. Viajei ao som dos tambores e vi os meus antepassados.
E o Mundo não mudou!
Em desespero depositei toda a minha
fé na ciência, li milhares de artigos científicos e acreditei no Ateísmo.
E o Mundo não mudou!
É uma pena termos que passar pela
fé para chegarmos a Deus!
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