13/02/2019

palavras

foto: Jaime Bulhosa

Uma pessoa adulta com uma formação média ou elevada reconhece entre dez mil e quinze mil palavras. Tendo em conta que a língua portuguesa poderá andar perto de um milhão de palavras, – talvez um pouco menos – isto quer dizer que utilizamos apenas 1% a 1,5% dos seus recursos vocabulares.

Este facto deixa-me atónito perante a forma como por vezes olhamos de viés para os putos e lhes condenamos a utilização de palavras que não conhecemos. O aparecimento de algumas palavras novas ou a alteração da grafia de outras tantas não tem qualquer expressão na barda de palavras que podemos usar. Por exemplo, um livro com cerca de 200 páginas, – escrito por um bom escritor – não terá mais de 50 mil palavras; não contando com as palavras repetidas e os artigos, sem rigor, um livro deve conter mais ou menos doze mil palavras diferentes – é por isso  que recorremos tantas vezes ao dicionário. – Quer isto dizer, também, que poderíamos escrever várias versões do mesmo livro recorrendo apenas a sinónimos. – Desta forma uma tradução pode transformar um livro noutra coisa completamente diferente. – O resultado, contudo, poderia soar mais a um dialecto africano ou a um dialecto de uma tribo nativa da América do Sul do que propriamente a português.

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